terça-feira, 2 de outubro de 2012

Prevenção e Atenção às Doenças Sexualmente Transmissíveis na Saúde Mental




A sexualidade não tem um lugar bem definido quando se trata de saúde mental. A relação do sujeito com o laço social, sendo o sexo mediado por este, é bem específica e subjetiva. E se tratando de políticas públicas que visam a interface dessas duas temáticas – saúde mental e sexualidade – temos diversos documentos do Ministério da Saúde (Prevenção e Atenção às IST/AIDS na Saúde Mental no Brasil de 2008; Guia para Profissionais de Saúde Mental: Sexualidade e DST/AIDS de 2002; Atenção em Saúde Mental nos Serviços Especializados em DST/AIDS de 2012) publicados com o objetivo principal de promover a atenção integral à saúde das pessoas acometidas de sofrimento psíquico.

Esses documentos são, em sua maioria, uma parceria entre a Coordenação de Saúde Mental e a Política Nacional de DST e Aids. Eles apresentam estudos que apontam a necessidade de desenvolver ações e programas de educação sexual, de prevenção às DST/AIDS e de capacitação dos profissionais das duas áreas programáticas, considerando as vulnerabilidades das pessoas acometidas de sofrimento psíquico, garantindo uma atenção integrada e integral a essas pessoas a partir de parcerias entre os respectivos serviços.

Ainda são limitados os estudos que avaliam a relação das DST’s (doenças sexualmente transmissíveis) e as condições de vulnerabilidade dessas pessoas. Entretanto, um estudo multicêntrico realizado no Brasil com 2.475 pacientes psiquiátricos mostrou que a prevalência de infecção pelo HIV nesse grupo foi de 0,8%, superior à encontrada na população geral (0,6%).

A preocupação com a promoção do acesso da população brasileira ao diagnóstico e à prevenção das DST’s na rede pública de saúde levou à criação dos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), que são serviços de saúde no qual realizam-se ações de diagnóstico, prevenção e tratamento dessas doenças. De acordo com a coordenadora do CTA de São João del Rei, Vânia Gouvêa, há uma articulação entre os PSF (Programa Saúde da Família) da cidade e os serviços prestados pelo CTA por meio do “CTA itinerante”. 

Entretanto, essa mesma articulação não acontece com o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), que são dispositivos de atenção à saúde mental. Criado em 2004, o CTA recebe verba do governo federal e municipal, sendo referência para municípios vizinhos de São João del Rei.

Cabe ressaltar que tanto os serviços especializados em DST, como os CTA, quanto os serviços de saúde mental precisam estar inseridos em uma rede de cuidados de atenção à saúde. Assim, as parcerias entre programas de saúde, em especial com os serviços de atenção às DST, podem contribuir efetivamentel para a promoção de uma assistência integral ao ususário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário