terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Consumo de álcool no Brasil - 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD)



No dia 10 de Abril de 2013 foi lançado no Brasil o 2° Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD). Essa foi a segunda etapa da pesquisa realizade pelo Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (INPAD) da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), financiado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). A primeira etapa aconteceu em 2006 com o objetivo de desenvolver a coleta de dados sendo que a segunda fase, realizada em 2012, repetiu a coleta de informações sobre o consumo de álcool e tabaco com intuito de permitir análises de tendências.

Em 2006, a pesquisa contou com 3007 entrevistas a domicilio enquanto que em 2012 foram um total de 4607 indivíduos de 14 anos ou mais de 149 municípios brasileiros. A entrevista teve duração de mais ou menos uma hora, composta de um questionário com mais de 800 perguntas acerca de assuntos como, consumo, abuso, dependência, tabaco e drogas ilícitas; o beber e o dirigir; fatores de risco, depressão, qualidade de vida, violência, saúde física; entre outros.

O LENAD é um estudo transversal repetitivo que permitirá a compreensão das tendências do uso de álcool e tabaco entre 2006 e 2012 e, pela primeira vez, identificará as prevalências de uso de substâncias ilícitas numa amostra representativa de toda a população brasileira. Este estudo representa um grande passo no processo de construção da política brasileira para o álcool. Uma política embasada de forma consistente por dados epidemiológicos, pelo uso de tenologia e sempre respeitando o momento sócio político do País.


Mesmo o álcool possuir uma grande aceitação social e ser estimado pela sociedade, ele pode levar a um problema grave de saúde, a dependência química por ser uma droga psicotrópica que age no sistema nervoso central. Apesar de ter essas características, o álcool é a droga mais consumida no mundo. Segundo dados de 2004 da Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 2 bilhões de pessoas consomem bebidas alcoólicas. Seu uso indevido é um dos principais fatores que contribui para a diminuição da saúde mundial, sendo responsável por 3,2% de todas as mortes e por 4% de todos os anos perdidos de vida útil.

Assim, segundo o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD) de 2012, pode-se concluir que o brasileiro está bebendo mais e de forma mais nociva. Estima-se que 11,7 milhões de pessoas sejam dependentes de álcool no país e que 20% dos adultos que mais bebem ingerem 56% de todo o álcool consumido por adultos. Entre os adultos, 54% dos entrevistados revelou consumir álcool regularmente, uma ou mais vezes por semana.

Houve um crescimento de 20% do consumo frequente de álcool - 45% das pessoas revelaram beber com regularidade. O percentual de ingestão de bebidas entre homens e mulheres também aumentou nesses últimos 6 anos. Entre os participantes do estudo, 52% são mulheres e 48% homens. O consumo de álcool entre os homens saltou de 56% para 64%, e entre as mulheres de 29% para 39%. Em relação ao consumo de álcool entre as regiões brasileiras revelou-se que a região mais consumidora é a região Sudeste, que teve um aumento de 14%, saindo de 46% em 2006, para 60% em 2012.

Um outro aspecto importante destacado na pesquisa e também identificado separadamente foi o de consumir de 4 a 5 doses de bebida no período de duas horas (beber em binge), uma ou mais vezes por semana. A região Nordeste que não tinha sofrido nenhum aumento no consumo de alcool nestes ultimos 6 anos, apontou um enorme saltou nessa categoria. Em 2006 43% dos indivíduos bebiam em binge, sendo que em 2012, esse número aumentou para 72%. No Sudeste os índices foram de 41% para 56%, no Sul a porcentagem manteve-se estável em 50%, e no Centro Oeste também apresentou um grande salto, indo de 38% para 57% na comparação entre as pesquisas. Ainda sobre os resultados apresentados, no que se refere ao gênero, a pesquisa concluiu que mulheres, especialmente as mais jovens, são a população mais vulnerável aos riscos, já que apresentou maiores índices de aumento entre 2006 e 2012, bebendo em binge.

Em relação a associação entre bebida e direção, a pesquisa mostrou houve uma queda da primeira para a segunda edição. Em 2006 a porcentagem dos que associavam bebida e direção era de 27,5%, no ano passado o índice caiu para 21,6%. Atualmente os homens lideram o ranking atingindo a marca de 27,3% de motoristas que bebem e dirigem, quase quatro vezes mais que o percentual entre as mulheres, que é de 7,1%. 

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