terça-feira, 25 de março de 2014

Saúde Mental - Rede de Atenção Psicossocial



Com base na lógica do SUS, do cuidado integral e da assistência multidisciplinar, foi criada a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Voltada principalmente para pessoas com transtorno ou sofrimento mental,incluindo aqueles provenientes do uso nocivo de crack, álcool e outras drogas, seu principal objetivo é a criação, ampliação e articulação de pontos de atenção à saúde.

Aberto e de base comunitária, este é o modelo de atenção que a Política Nacional de Saúde Mental busca consolidar. O objetivo principal é garantir a livre circulação das pessoas com problemas mentais pelos serviços, pela comunidade e pela cidade. O que se articula com as demais diretrizes do programa e do próprio SUS, como a territorialidade, a política de redução de danos e o respeito aos direitos humanos, à autonomia e à liberdade.

A RAPS está presente não só em instâncias de saúde mental, como os CAPS, ou nas estratégias de Desinstitucionalização, como o Programa de Volta pra Casa. Também fazem parte da rede a Atenção Básica em Saúde, incluindo equipes especializadas como os Consultórios de Rua, Atenção de Urgência e Emergência, Atenção Hospitalar, Atenção Residencial de Caráter Transitório, além de estratégias de Reabilitação Psicossocial. Desta maneira a rede integra o Sistema Único de Saúde, organizando demandas e fluxos assistenciais, além de monitorar e avaliar a qualidade dos serviços.

Concomitantemente, a RAPS também objetiva ampliar o acesso à atenção psicossocial da população em geral. Ações de educação permanente buscam prevenir o consumo e a dependência de drogas, principalmente com populações localizadas em áreas de risco. A intenção é que através dos mecanismos de participação e controle social, como o Conselho Municipal de Saúde, a rede seja administrada em prol da saúde e dos interesses daqueles a que é destinada.

Talvez, uma deficiência do projeto seja a falta de uma política de conscientização dos direitos das pessoas com transtorno mental, incluindo-se a luta antimanicomial e a humanização dos serviços destinados a eles. Ainda hoje o preconceito é grande e a tendência a marginalização se faz presente na realidade de muitas dessas pessoas. 

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