terça-feira, 15 de julho de 2014

Comunidades Terapêuticas


As Comunidades Terapêuticas (CTs) são instituições que prestam serviços de atenção a pessoas com transtornosdecorrentes do uso, abuso ou dependência de substâncias psicoativas, em regime de residência, tendo a convivência e a troca de experiências entre os usuários um instrumento terapêutico. São unidades que têm função de oferecer um ambiente protegido, técnico e eticamente orientados, que forneça suporte e tratamento aos usuários abusivos e/ou dependentes de substâncias psicoativas, durante período estabelecido de acordo com programa terapêutico adaptado às necessidades de cada caso. Oferece uma rede de ajuda no processo de recuperação das pessoas, buscando encontrar novas possibilidades de reabilitação física e psicológica, e de reinserção social.

O tratamento presente nas Comunidades Terapêuticas tem como principal objetivo a redução progressiva do uso/abuso de drogas e/ou minimização das consequências através da busca de autoconsciência, autocrítica; mudança significativa no estilo de vida (busca de um estilo de vida saudável); buscando uma melhor qualidade de vida; capacitação para reassumir a condução de sua própria vida; a reinserção familiar e social. A Reinserção Social é entendida aqui como um processo no qual o indivíduo, sua família, a comunidade e o Estado se envolvem, visando a criar novas redes de relações do indivíduo com toda a sociedade, de forma saudável; uma progressiva ressocialização do dependente químico em um ambiente que reforce a capacidade de ser autônomo, fazendo-o buscar a realização pessoal, profissional e social, relacionar-se com o outro, entre outros.

Assim, os esforços são realizados para que o dependente possa, através do entendimento de sua condição, estabelecer novas relações com a sociedade, baseada nos princípios humanos universais, diferentes das relações que mantinha no período em que usava drogas.

Portanto, as Comunidades Terapêuticas são instituições privadas, sem fins lucrativos e financiadas, em parte, pelo poder público. Oferecem gratuitamente acolhimento para pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso ou dependência de drogas. São instituições abertas, de adesão exclusivamente voluntária, voltadas a pessoas que desejam e necessitam de um espaço protegido, em ambiente residencial, para auxiliar na recuperação da dependência à droga. O tempo de acolhimento pode durar até 12 meses. Durante esse período, os residentes devem manter seu tratamento na rede de atenção psicossocial e demais serviços de saúde que se façam necessários.Hoje, são mais de 5.400 vagas em 268 Comunidades Terapêuticas espalhadas pelo Brasil. Busca-se até final desse ano, atingir 10.000 vagas. As Comunidades Terapêuticas poderão se constituir em módulos de 15 ou 30 vagas. É regulamentado pelas Portarias nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011, que institui a RAPS, e nº 131, de 26 de janeiro de 2012. Institui a Rede de Atenção Psicossocial com a criação, ampliação e articulação de pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso crack, álcool e outras drogas, no âmbito do SUS. O acesso pode ser feito diretamente ou por encaminhamento realizado pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).



Ainda não há Comunidade Terapêutica em São João del Rei.



* Nós do blog pedimos desculpas pela informação passada sobre  Comunidades Terapêuticas em São João Del Rei, a APADEQ localizada no Bairro Pio Xll, é a institução que exerce esta função na Cidade.




terça-feira, 8 de julho de 2014

Banco Travessia


Instituído pelo Decreto 45.696 de 16/08/2011 e realizado pela Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social - Sedese, o Banco Travessia é um dos projetos do Programa Travessia para as famílias mineiras que visa promover a inclusão social e produtiva de famílias com  ao menos um integrante em privações educacionais por meio do incentivo financeiro para elevação da escolaridade.

O Banco conta com uma moeda própria chamada travessia. As possibilidades da aquisição destas “travessias” se refere aos avanços nos estudos que se dão a cada conclusão dos cursos de educação básica, à qualificação profissional e a inserção no mercado de trabalho. Porém, existem situações em que há perda destas “travessias”, que podem ocorrer por meio da reprovação e do abandono do curso, iniciados após o acordo da família ao projeto.

O seu público-alvo é voltado para integrantes familiares, que tenham pelo menos 15 anos ou mais com menos de cinco anos de escolaridade ou pelo menos uma criança, com idade entre 6 e 14 anos, que não frequenta a escola.

As famílias são identificadas pelo Porta a Porta, por meio de uma visita domiciliar, a qual se é aplicado um formulário para a avaliar o Índice de Pobreza Multidimencional - IPM, verificando os indicadores sociais nas três dimensões saúde, educação e padrão de vida, tais como, saneamento, intervenção urbana, saúde, educação, gestão social e renda. Após a aplicação dos formulários o projeto elabora o Mapa de Privações Sociais, um amplo diagnóstico que aponta as maiores privações do município e sua localização. Por meio deste diagnóstico produzido pelo Porta a Porta o Programa Travessia sistematiza e aperfeiçoa suas ações, sendo estas representadas por eixos de acordo com as demandas dos municípios atendidos. Apesar desta visita domiciliar, cabe ao responsável familiar a decisão de participar e procurar  a agência  do Banco Travessia de seu município para cadastrar sua família, e escolher se quer participar por 2 ou 3 anos do projeto. 


De acordo com um estudo de campo de uma equipe universitária do programa Conexão Local Inter Universitário - CLIU realizado no de 2013, que teve como principal objetivo descrever o funcionamento do Programa Travessia; nota-se ainda que o programa apresenta algumas deficiências. No caso do Banco Travessia, as principais são referentes ao período do curso de dois anos que demonstra não ser satisfatório, por ser um tempo muito curto para se mudar uma realidade, e se os registros dos números de estudantes e famílias refletem num real aumento na escolaridade na população de seu município.  

terça-feira, 1 de julho de 2014

O caso das cesáreas no Brasil


Quando uma mulher esta grávida aqui no Brasil é comum que se pergunte como ela terá a criança – Vai ser normal ou cesárea, dizem. Mas será que esse procedimento cirúrgico pode realmente ser tido como uma opção comum a qualquer gestante?

A organização mundial de saúde desde 1985 já afirmava que não havia razões plausíveis para um país ter mais que 15% dos seus partos feitos como cesáreas . O Brasil, no entanto, é recordista mundial em números de partos desse tipo. O índice é de que 52% dos partos são feitos como cesarianas. Em hospitais particulares o número dobra e chega – em alguns [idem] – a quase 90%. O mais preocupante é que a maioria dessas cirurgias não é feita de forma emergencial, elas são programadas com muita acedência pelos médicos. Essas cesarianas desnecessárias, como estão sendo chamadas, podem trazer riscos para as mães e para as crianças. No caso das crianças a prematuridade é um dos problemas – que pode vir a acarretar inúmeros outros. No ano de 2010, 11,7% de crianças nasceram prematuras, os maiores índices são da região sudeste, sul e centro-oeste, que são as mesmas regiões com os maiores números nesse tipo de parto. 

A cesariana é uma cirurgia indicada em alguns casos especiais quando a gestante realmente não tem condições para executar o parto normal ou quando ocorre alguma complicação. É uma intervenção cirúrgica importante quando utilizada da forma correta e para o fim necessário. Mas o que vem acontecendo desde os anos 70/80 é uma mudança na própria estruturação hospitalar em relação aos partos. Essa mudança ocorreu tanto na desvalorização de profissionais que atuavam no parto, como parteiras, obstetrizes e enfermeiras especializadas – formando uma equipe transdisciplinar para auxiliar a mulher no parto; quanto no número que diminuíram bruscamente desses anos para cá, e que na maioria dos hospitais – públicos e privados – possuem mais leitos para partos cesáreas que para os partos normais.

A questão da “epidemia” de cesáreas é algo bem mais complexo do que se costuma apresentar. Envolve tanto questões culturais e míticas – como os medos criados sobre o parto normal, e na própria formação médica – quanto questões econômicas, envolvendo tanto a rede pública como a rede privada. Muitas mulheres vêm se organizando para lutar por uma humanização do parto e pela conscientização desse processo. Traremos numa próxima publicação um pouco mais sobre esse assunto, abordando a questão da Violência Obstétrica no Brasil. Fica como referência um estudo feito pela Fundação Osvaldo Cruz, publicado em 2007, intitulado “Cesarianas desnecessárias:Causas, conseqüências e estratégias para sua redução” e o documentário recém lançado chamado: O renascimento do parto

Hoje a nossa entrevistada foi Ana Paula, aluna no curso de música da Universidade Federal de São João Del Rei, que optou por ter um parto domiciliar. Ela nos falará um pouco sobre essa questão que abordamos, e sobre sua experiência pessoal!

Até a próxima!