terça-feira, 25 de novembro de 2014

Filmes nacionais nas escolas



A utilização de recursos audiovisuais como ferramenta pedagógica é uma prática utilizadas por grande parte das escolas brasileiras. Filmes, documentários, vídeos, amadores ou profissionais, nacionais ou estrangeiros, são comumente produzidos e reproduzidos como auxílio ao processo de mediação, pela escola, dos alunos com o universo cultural, através da cinematografia.

Com a nova Lei 13006, de 24 de junho de 2014, a exibição de filmes nacionais passa a ser um complemento a proposta curricular das escolas. As instituições escolares de educação básica (infantil, fundamental e médio) têm agora a obrigatoriedade de passar filmes de produção nacional por, no mínimo, duas horas mensais integradas à proposta pedagógica da escola. Esta proposta vem criar ou repensar práticas escolares de utilização do cinema como material contribuinte para formação do estudante como sujeito pensante, crítico e formador de opinião. A intenção da nova lei é tornar o processo educativo mais atrativo, como também, incentivar a utilização e visualização de filmes por alunos e professores; valorizar e divulgar a produção do cinema nacional e também relacionar e contextualizar o conteúdo escolar com a realidade cotidiana, trabalhando os inúmeros elementos trazidos pelo cinema.

O conteúdo da Lei se apresenta de forma pontual e reduzida, ampliando ainda mais o debate a respeito da utilização dos recursos audiovisuais na educação. A configuração do texto oferece as escolas uma total autonomia para utilização do recurso de acordo com a proposta pedagógica de cada instituição. A ausência de uma diretriz que regulamenta a nova prática possibilita várias reflexões sobre o tema, como: de que maneira a prática deve ser integrada à proposta pedagógica da escola? Como relacionar o conteúdo escolar aos elementos trazidos pelos filmes? Como será feita a mediação entre o conteúdo dos filmes e a vivência do educando numa perspectiva multidisciplinar? Qual forma de capacitação será oferecida aos docentes para trabalhar o recurso audiovisual como proposta pedagógica? Inúmeras outras questões compõem um repertório de discussões a cerca da prática deixando a cada instituição escolar, a responsabilidade, como também a liberdade, para trabalhar com o novo recurso de forma singular, respeitando a realidade social dos alunos e da comunidade, como também a autonomia pedagogia da escola.*

No município de São João del-Rei, a escolas ainda estão em fase de adaptação física e curricular para o cumprimento determinado pela Lei. Grande parte das escolas do município já utilizam de filmes no processo educativo, porém, de maneira isolada por turma e disciplina vinculadas à iniciativa do professor. A Superintendência de Ensino do município ainda estuda uma forma de implementar à política nas escolas de sua jurisdição, sendo prevista a sua efetivação somente para o próximo ano.   

Para mais detalhes, assista ao vídeo produzido pela TV Futura, onde alguns especialistas abordam os efeitos da nova lei na educação e no cinema brasileiro.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Programa Mais Médicos


O Programa Mais Médicos, pautado pela Lei nº 12.871 de 22 de outubro de 2013, foi criado pelo governo atual e lançado em 2013 para melhoria no Sistema Único de Saúde, que prevê investimento em infraestrutura dos hospitais e unidades de saúde, além de levar mais médicos para regiões onde não existem profissionais. Para isso o programa abre inscrições para os médicos trabalharem na atenção básica de periferias de grandes cidades e municípios do interior do país.
Na primeira etapa de inscrição, a prioridade para participar do programa é para médicos brasileiros residentes no Brasil que tenham interesse de atuar em regiões onde faltam médicos. Na segunda etapa, não havendo o preenchimento das vagas com médicos brasileiros, podem se inscrever no programa médicos brasileiros se formaram no exterior e médicos estrangeiros. O programa terá duração de três anos, prorrogável por igual período.
Apesar de o programa ser aberto a médicos brasileiros e de estrangeiros de todas as localidades, a maioria dos médicos que atuam hoje no programa são cubanos. Isso se deve a uma parceria entre o Governo Federal Brasileiro e o governo de Cuba, por intermédio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), onde o governo cubano traz ao Brasil os médicos de seu país para atenderem à demanda do programa. Esses médicos cubanos atuam no Brasil como prestadores de serviço de Cuba e ganham cerca de US$ 1 mil por mês. Esse valor é repassado para o Governo Cubano, que fica com uma parte do valor, sendo a outra parte repassada aos médicos. Este fato gera grande polêmica, inclusive um pedido feito pelo Ministério Público Federal em Brasília à Justiça para que os médicos cubanos sejam pagos diretamente pelo governo brasileiro, pedido que foi negado.
Além da vinda de mais profissionais ao Brasil, o programa também visa investir em infraestrutura nos hospitais e unidades básicas de saúde (UBS), também para a construção de novas UBS, UPA e hospitais universitários. O programa visa, ainda, a ampliação de vagas em cursos de medicina e a criação de novos cursos em diversas localidades do país, também prevê a ampliação e criação de novas vagas para residência médica, para que esses novos formandos possam fazer residência e também se fixarem em diversas localidades que precisam de mais médicos.
A cidade de São João del-Rei já é beneficiada pelo programa, que possui 17 médicos estrangeiros atuado em comunidades carentes da cidade. Julian Stemmler é um médico alemão que está na cidade por meio do programa, atuando na UBS do Tijuco, ele se propôs a nos dar uma entrevista para que possamos entender um pouco mais sobre esse programa em São João del-Rei. Assista ao vídeo e confira!
Para saber mais, acesse também ao Portal da Saúde sobre o Programa Mais Médicos.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica - PROEB




O Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica - PROEB, que integra o Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública - SIMAVE, é uma avaliação externa e censitária que busca diagnosticar a educação pública do estado de Minas Gerais, avaliando alunos que estão no 5º e 9º anos do ensino fundamental e os do 3º ano do ensino médio. Estas avaliações ocorrem anualmente e avaliam escolas da rede pública de ensino (rede estadual/municipal) em Língua Portuguesa e Matemática. Este ano estimaram-se a participação de 722.500 alunos do 5º ano e 9º anos do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio, sendo deste total, 473.035 da rede estadual de ensino.

As provas fazem parte do SIMAVE, mas são desenvolvidas e corrigidas pelo Centro de Políticas Públicas e Avaliação da educação (Caed), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Para o auxílio das escolas na aplicação das provas, os especialistas e analistas do Programa de Intervenção Pedagógica - PIP do Órgão Central e das 47 Superintendências Regionais de Ensino marcam presença nas escolas estaduais, e orientações sobre a aplicação das provas também são repassadas às equipes das redes municipais de ensino do PIP. Ainda na semana de realização das avaliações é entregue aos alunos no terceiro dia de prova um questionário que apresenta informações sobre o perfil socioeconômico destes e dos familiares, o qual deve ser preenchido pelos pais ou responsáveis e devolvido ainda no período das avaliações.

Quanto aos resultados cada escola recebe individualmente, sendo estes publicados em forma de relatório no Boletim de Resultados (direcionados as SRE) e no Boletim Pedagógico (direcionadas as SRE e escolas).

Para conhecer o nível de aprendizagem dos alunos e o que possa ser melhorado é importante a participação destes nas avaliações já que é a partir dos dados coletados que se implementa as políticas públicas de melhoria para educação básica. No entanto, intriga-se o propósito dessa multiciplicidade de programas como é o caso da Provinha Brasil e do PROEB. Eles são realmente efetivos como ferramentas para melhorias no ensino?


terça-feira, 4 de novembro de 2014

Caminhos do Cuidado


O tema da Saúde Mental e do uso prejudicial de álcool e outras drogas é um dos desafios mais pertinentes para a nossa sociedade, tendo o Estado papel fundamental no fortalecimento de políticas públicas que deem suporte para os cuidados nessa área. Nesse sentido, foi pensado um processo de formação para os trabalhadores da atenção básica através da criação do projeto Caminhos do Cuidado, uma iniciativa do SUS em parceria com estados, municípios e suas respectivas Secretarias de Saúde promovendo um contrato com as Escolas Técnicas do SUS e outras Escolas de Saúde Pública. O programa consiste, por tanto, em um conjunto de estratégias que partem da idéia principal da criação de uma plataforma virtual que possibilite a comunicação através de comunidades virtuais para o trabalho de atenção básica em saúde mental com os agentes comunitários de saúde e técnicos de enfermagem. O projeto foi iniciado em 2013, amparado na Lei N 6.368 de 21 de Outubro de 1976 , que faz referência à prevenção e repressão do tráfico de drogas.

O programa trabalha com oficinas que capacitam novos orientadores para acolher os dependentes químicos e tem como objetivo atual a formação de mais de 200 mil agentes comunitários em saúde e Auxiliares e Técnicos em Enfermagem; a base das ações destes agentes é a política de atenção integral e de cuidados com as pessoas que fazem uso prejudicial de tais substâncias. Para este programa foi feita uma seleção de membros para a equipe pedagógica de educadores, operadores e coordenadores, além da formação de orientadores de aprendizagem. Estes orientadores são os profissionais que necessariamente devem possuir nível superior, bem como serem pós graduados em áreas como Saúde mental, saúde coletiva, saúde publica, educação ou ciências sociais. 
 
O projeto foi concebido a partir do ministério da saúde com outras duas instituições de educação em Saúde, a Fundação Oswaldo Cruz (RJ) e Grupo Hospitalar Conceição (RS), que desde sua criação tem sido implantado em algumas das cidades mais populosas do país como São Paulo e Curitiba. O objetivo é a ofertagem de cursos de formação para aperfeiçoamento do profissional que pretende trabalhar com dependentes na área da saúde mental. O projeto tem um curso de formação com carga horária de 60 horas, sendo que 2/3 do tempo são gastos em horas presenciais e 1/3 é despendido nas atividades de campo; o programa ainda conta com o oferecimento de apostilas e vídeo aulas que ajudam a entender melhor os propósitos da formação de agentes. As próprias escolas técnicas do SUS são as responsáveis por apontar os profissionais que irão trabalhar no projeto, sendo que os mesmos terão que ser bem preparados para planejar, articular e monitorar a execução da formação dos agentes comunitários que estarão fazendo parte do programa. 

O programa Caminhos do cuidado tem como pretensão acolher os usuários em diversas partes do país, uma iniciativa que visa treinar e proporcionar uma preparação destes agentes para a atuação em campos comunitários e outros espaços onde exista a demanda do programa. Durante o curso os tutores trabalham com compartilhamento de experiências a fim de problematizar as situações cotidianas que estão atreladas ao tema; tais tutores, juntamente com os orientadores de aprendizagem e equipe do núcleo pedagógico, são responsáveis pela capacitação dos Agentes comunitários em saúde e Auxiliares e Técnicos em Enfermagem (ACS e ATEnf). Para tais finalidades, uma das principais ferramentas de desenvolvimento da Educação Permanente utilizada por esses tutores é o caderno com orientações didáticas para as atividades cotidianas no cuidado destas pessoas, que visa potencializar a atuação destes técnico de maneira participativa.

O programa  tem chegado em quase todas as partes do Brasil. Em cada estado existe o Apoio Estadual que deve auxiliar na articulação, monitoramento, coordenação e execução da formação dos agentes, juntamente com os conselhos de secretárias municipais de saúde de cada cidade. No entanto, o projeto ainda se encontra em processo de descentralização, uma vez que sua atuação se encontra ainda bastante centralizada nas capitais do país.