terça-feira, 4 de novembro de 2014

Caminhos do Cuidado


O tema da Saúde Mental e do uso prejudicial de álcool e outras drogas é um dos desafios mais pertinentes para a nossa sociedade, tendo o Estado papel fundamental no fortalecimento de políticas públicas que deem suporte para os cuidados nessa área. Nesse sentido, foi pensado um processo de formação para os trabalhadores da atenção básica através da criação do projeto Caminhos do Cuidado, uma iniciativa do SUS em parceria com estados, municípios e suas respectivas Secretarias de Saúde promovendo um contrato com as Escolas Técnicas do SUS e outras Escolas de Saúde Pública. O programa consiste, por tanto, em um conjunto de estratégias que partem da idéia principal da criação de uma plataforma virtual que possibilite a comunicação através de comunidades virtuais para o trabalho de atenção básica em saúde mental com os agentes comunitários de saúde e técnicos de enfermagem. O projeto foi iniciado em 2013, amparado na Lei N 6.368 de 21 de Outubro de 1976 , que faz referência à prevenção e repressão do tráfico de drogas.

O programa trabalha com oficinas que capacitam novos orientadores para acolher os dependentes químicos e tem como objetivo atual a formação de mais de 200 mil agentes comunitários em saúde e Auxiliares e Técnicos em Enfermagem; a base das ações destes agentes é a política de atenção integral e de cuidados com as pessoas que fazem uso prejudicial de tais substâncias. Para este programa foi feita uma seleção de membros para a equipe pedagógica de educadores, operadores e coordenadores, além da formação de orientadores de aprendizagem. Estes orientadores são os profissionais que necessariamente devem possuir nível superior, bem como serem pós graduados em áreas como Saúde mental, saúde coletiva, saúde publica, educação ou ciências sociais. 
 
O projeto foi concebido a partir do ministério da saúde com outras duas instituições de educação em Saúde, a Fundação Oswaldo Cruz (RJ) e Grupo Hospitalar Conceição (RS), que desde sua criação tem sido implantado em algumas das cidades mais populosas do país como São Paulo e Curitiba. O objetivo é a ofertagem de cursos de formação para aperfeiçoamento do profissional que pretende trabalhar com dependentes na área da saúde mental. O projeto tem um curso de formação com carga horária de 60 horas, sendo que 2/3 do tempo são gastos em horas presenciais e 1/3 é despendido nas atividades de campo; o programa ainda conta com o oferecimento de apostilas e vídeo aulas que ajudam a entender melhor os propósitos da formação de agentes. As próprias escolas técnicas do SUS são as responsáveis por apontar os profissionais que irão trabalhar no projeto, sendo que os mesmos terão que ser bem preparados para planejar, articular e monitorar a execução da formação dos agentes comunitários que estarão fazendo parte do programa. 

O programa Caminhos do cuidado tem como pretensão acolher os usuários em diversas partes do país, uma iniciativa que visa treinar e proporcionar uma preparação destes agentes para a atuação em campos comunitários e outros espaços onde exista a demanda do programa. Durante o curso os tutores trabalham com compartilhamento de experiências a fim de problematizar as situações cotidianas que estão atreladas ao tema; tais tutores, juntamente com os orientadores de aprendizagem e equipe do núcleo pedagógico, são responsáveis pela capacitação dos Agentes comunitários em saúde e Auxiliares e Técnicos em Enfermagem (ACS e ATEnf). Para tais finalidades, uma das principais ferramentas de desenvolvimento da Educação Permanente utilizada por esses tutores é o caderno com orientações didáticas para as atividades cotidianas no cuidado destas pessoas, que visa potencializar a atuação destes técnico de maneira participativa.

O programa  tem chegado em quase todas as partes do Brasil. Em cada estado existe o Apoio Estadual que deve auxiliar na articulação, monitoramento, coordenação e execução da formação dos agentes, juntamente com os conselhos de secretárias municipais de saúde de cada cidade. No entanto, o projeto ainda se encontra em processo de descentralização, uma vez que sua atuação se encontra ainda bastante centralizada nas capitais do país.

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